
Pela primeira vez em muitos anos que eu acompanho o Oscar religiosamente, eu não vi o espetáculo até o final.
Dormi antes das premiações principais (até porque estava na cara que daria Sandra Bullock e Jeff Bridges), pois estava meio chateado com o rumo que vi a premiação estava tomando: Guerra ao Terror se sagrando como o grande vencedor.
E sabem porquê? Porque esse filme é muito chato. Chato mesmo, não é má vontade ou qualquer outra coisa (óbvio que eu estava torcendo muito pelo Avatar...), mas é um filme que talvez para mim, pelo menos, não disse nada, ou quase isso.
Só pode ser essa coisa que os americanos tem de superpatriotismo, de viver a guerra tão intensamente - e até desejá-la, como ficou comprovada na reeleição do Bush - que fez esse filme enjoado ganhar a popularidade que teve agora.
Tecnicamente ele até é bem executado e tudo, mas sua temática de Guerra do Iraque não é algo que me comova - talvez por não ter um familiar lá, como possivelmente, muitos dos votantes da academia. Pelo contrário, me irrita profundamente aquela ocupação oportunista, imperialista e de óbvios interesses financeiros.
Embora o filme fale exatamente contra aquela loucura toda que os que vão pra lá enfrentam, ele tem uma narrativa arrastada demais. Alem de só me fazer ratificar na minha cabeça, a idiotice dos que mandam e dos que estão lá.
E histórias sobre idiotas, não me chamam a atenção.
Resumindo a noite então, vamos às minhas impressões:
- Steve Martin e Alec Baldwin estavam ótimos como apresentadores, podem repetir a dose;
- O desespero de fazer o show ir rápido fez com que eles tivessem várias deselegâncias como desligar o microfone de vários premiados. Mico tanto para a organização, como para as pessoas que subiam ao palco;
- Baita dentro: tiraram as músicas - que no Oscar, geralmente são xaroponas - indicadas a melhor canção e suas respectivas coreografias. Agilizou a coisa;
- Esqueceram de colocar a Farrah Fawcett nas homenagens aos falecidos. Nem é mico, é um King Kong;
- Quando achei que me deliciaria com James Taylor cantando In My Life dos Beatles no momento in memoriam, o Rubens, pra explicar quem é que tinha morrido, ficou falando o tempo todo junto com a música! Que saco;
- Homenagem aos filmes de terror, mandaram muito bem!!!!!
- Pra variar, um filme da Pixar (Up!) foi a melhor animação. Tá que nem Grenal, uma rotina;
- Avatar não é filme pra ganhar apenas prêmios técnicos. Se tinha algum que poderia tirar dele os premios grandões era o grande esquecido da noite: Bastardos Inglórios. Mas o Tarantino ainda chega lá;
- O filme que ela fez é fracote - o Rubens Ewald Filho concorda comigo -, mas a Kathryn Bigelow (58 anos, cara!) estava um show de charme e elegância...
Na média.
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