Quem não viu a final da Liga Mundial, perdeu um dos melhores jogos de vôlei dos últimos anos.
Que partida sensacional! Componentes dramáticos não faltaram em nenhuma parte do jogo.
22 mil pessoas apupando a nossa seleção (depois o Bruninho contou que jogaram várias coisas neles, tipo moedas e isqueiros, coisetal), time sérvio jogando muito, com o Milinkovic barbarizando - fez 28 pontos (!), bandeirinhas da casa absolutamente mal intencionados, complicando a arbitragem e desestruturando emocionalmente nosso time...
Jogo de 3x2, onde o Brasil só fez 3 pontos a mais que os sérvios durante toda partida - 110 x 107.
Foi tensão demais o tempo todo, lembrando muito, aquela que pra mim foi a maior partida que já vi, também entre Brasil e Sérvia na decisão da Liga Mundial de 2003 - aquela do tie-break de 31x29...
Ontem, a Sérvia jogou um absurdo na defesa e levou o 1º set (22x25), quando não achamos nunca o Milinkovic que virou TODAS bolas levantadas pra ele.
No 2º, achamos um pouco mais o tempo de defesa e o time comçou a melhorar em todos fundamentos e vitória difícil por 25x23.
O 3º set foi que o Brasil jogou melhor, por que não errou tantos saques, e venceu melhor, por 25x22.
E quando ia encaminhando a vitória no 4º set, teve a lambança da arbitragem que enlouqueceu o ginásio, botou fogo no time sérvio e desconcentrou o Brasil, que perdeu no fim por 23x25.
Assim, iniciamos mal o tie-break perdendo de 8x5 na virada e com eles tendo a chance de fazer 9 num contra-ataque do Milinkovic, que o Murilo evitou com um tocaço. Murilo, que depois foi pro saque e fez um estrago no passe sérvio e proporcionou a virada espetacular do Brasil, que terminou 15 x 12!
Foi realmente uma prova de fogo pra essa seleção em renovação.
E eles passaram com louvor, tendo um desempenho que já foi fantástico e pode ainda ser melhorado, com um trabalho correto do Bernardinho, quando agregar alguns dos antigos jogadores (André Nascimento, Dante e Samuel) à equipe.
Só que é o seguinte: nenhum deles vai poder ser titular (no caso, os que eram, André e Dante), por mais que tenham larga lista de serviços prestados, em função do que jogaram os que entraram nos seus lugares deram de acréscimo ao time no lugar deles.
André Nascimento é um oposto muito rápido e técnico (e quando jogava com o gênio Ricardinho, essas características eram bombadas ao máximo), mas não tem o recurso importantíssimo para um oposto que é o da bola do estouro, o balão na ponta quando tudo dá errado, ele ser o desafogo do time.
O Leandro Vissoto, foi o maior pontuador de ontem com incríveis 29 pontos, mais ainda que o Milinkovic. Ele faz tudo que o André faz e ainda tem mais bloqueio e essa bola alta muito facilmente do alto dos seus 2,12m, 17 cm a mais que o André. Vissoto é o oposto que não tínhamos desde Marcelo Negrão. Não pode voltar pro banco de jeito nenhum.
E o Dante? Simplesmente deu lugar ao jogador mais completo dessa Liga Mundial, o Murilo. Ele esteve no top five em vários fundamentos, como passe, saque e bloqueio (o que é impressionante para um cara de 1,90 "apenas", meio tipo o que o Dennis Rodman fazia na NBA, quando era o melhor reboteiro, com "apenas" 1,98).
A linha de passe que o Murilo fez com o Giba e o Serginho foi do nível da melhor que já tivemos, quando tínhamos o Nalbert, do lado desses dois. Essa sustentação defensiva dele no passe, foi taticamente fundamental, pois facilitou demais para os centrais e o Vissoto aparecerem sempre na boa pro ataque. Por isso ele e o Giba não precisam pontuar tanto - é melhor guardá-los para as horas decisivas, principalmente o Giba, que é outro gênio.
E os outros novatos só mostraram que o vôlei brasileiro tem um organização de exceção e que esses talentos estarão sempre aparecendo. Lucão e Sidão (no lugar do Rodrigão machucado) jogaram muita bola - erraram um pouco mais de saques do que deveriam, mas, vá lá - não se intimidaram com a pauleira e deram conta muito bem do recado.
Bruninho é um caso à parte. Levantador não basta ter talento. Tem que ser muito forte emocionalmente e ter frieza de raciocínio nas horas cruciais. E olha, neste jogo ele foi exigido ao máximo, com tantas alternâncias que a partida proporcionou, mas ele foi excepcionalmente bem.
Com a tranquilidade que a nossa linha de passe o deu, não cometeu mais aqueles muitos erros de precisão que vinha tendo, jogando ontem com muita velocidade e habilidade na distribuição, colocando quase sempre os atacantes no 1 x 1. Partidaço do Bruno, que só tem 23 anos e muita coisa ainda pela frente.
Quer dizer, deu tudo certo pro Bernardinho. Quem não estava tão bem, como vimos ano passado, saiu e deu lugar a quem não deixou passar a oportunidade. Agora é juntar a vitalidade dos de agora, com a importante experiência e qualidade dos mais velhos - coisa que ele já fez anteriormente muito bem com Maurício e Giovane - que essa nova geração vai dar muitas alegrias à torcida.
E pra fechar, já que falei de dois gênios acima, não poderia deixar de prestar homenagem ao 3º deles, o Serginho. Como o Nalbert, com muita felicidade comentou em uma transmissão anterior, quando inventaram a posição de líbero, nunca se poderia esperar que alguém poderia desequilibrar jogando ali.
Ele desequilibra.
O que ele faz é simplesmente monstruoso, dá um volume absurdo pra equipe, incendeia o time nas horas certas e ainda jogaria fácil de levantador em muitas outras seleções que tem por aí, dada a qualidade da precisão e velocidade absurda que ele imprime nos contra-ataques que "queimam" nele.
Não poderia ser mais merecida essa premiação inédita e revolucionária que recebeu de Melhor Jogador da Liga Mundial.
Foi um grande dia para o Vôlei Brasileiro.
Que partida sensacional! Componentes dramáticos não faltaram em nenhuma parte do jogo.
22 mil pessoas apupando a nossa seleção (depois o Bruninho contou que jogaram várias coisas neles, tipo moedas e isqueiros, coisetal), time sérvio jogando muito, com o Milinkovic barbarizando - fez 28 pontos (!), bandeirinhas da casa absolutamente mal intencionados, complicando a arbitragem e desestruturando emocionalmente nosso time...
Jogo de 3x2, onde o Brasil só fez 3 pontos a mais que os sérvios durante toda partida - 110 x 107.
Foi tensão demais o tempo todo, lembrando muito, aquela que pra mim foi a maior partida que já vi, também entre Brasil e Sérvia na decisão da Liga Mundial de 2003 - aquela do tie-break de 31x29...
Ontem, a Sérvia jogou um absurdo na defesa e levou o 1º set (22x25), quando não achamos nunca o Milinkovic que virou TODAS bolas levantadas pra ele.
No 2º, achamos um pouco mais o tempo de defesa e o time comçou a melhorar em todos fundamentos e vitória difícil por 25x23.
O 3º set foi que o Brasil jogou melhor, por que não errou tantos saques, e venceu melhor, por 25x22.
E quando ia encaminhando a vitória no 4º set, teve a lambança da arbitragem que enlouqueceu o ginásio, botou fogo no time sérvio e desconcentrou o Brasil, que perdeu no fim por 23x25.
Assim, iniciamos mal o tie-break perdendo de 8x5 na virada e com eles tendo a chance de fazer 9 num contra-ataque do Milinkovic, que o Murilo evitou com um tocaço. Murilo, que depois foi pro saque e fez um estrago no passe sérvio e proporcionou a virada espetacular do Brasil, que terminou 15 x 12!
Foi realmente uma prova de fogo pra essa seleção em renovação.
E eles passaram com louvor, tendo um desempenho que já foi fantástico e pode ainda ser melhorado, com um trabalho correto do Bernardinho, quando agregar alguns dos antigos jogadores (André Nascimento, Dante e Samuel) à equipe.
Só que é o seguinte: nenhum deles vai poder ser titular (no caso, os que eram, André e Dante), por mais que tenham larga lista de serviços prestados, em função do que jogaram os que entraram nos seus lugares deram de acréscimo ao time no lugar deles.
André Nascimento é um oposto muito rápido e técnico (e quando jogava com o gênio Ricardinho, essas características eram bombadas ao máximo), mas não tem o recurso importantíssimo para um oposto que é o da bola do estouro, o balão na ponta quando tudo dá errado, ele ser o desafogo do time.
O Leandro Vissoto, foi o maior pontuador de ontem com incríveis 29 pontos, mais ainda que o Milinkovic. Ele faz tudo que o André faz e ainda tem mais bloqueio e essa bola alta muito facilmente do alto dos seus 2,12m, 17 cm a mais que o André. Vissoto é o oposto que não tínhamos desde Marcelo Negrão. Não pode voltar pro banco de jeito nenhum.
E o Dante? Simplesmente deu lugar ao jogador mais completo dessa Liga Mundial, o Murilo. Ele esteve no top five em vários fundamentos, como passe, saque e bloqueio (o que é impressionante para um cara de 1,90 "apenas", meio tipo o que o Dennis Rodman fazia na NBA, quando era o melhor reboteiro, com "apenas" 1,98).
A linha de passe que o Murilo fez com o Giba e o Serginho foi do nível da melhor que já tivemos, quando tínhamos o Nalbert, do lado desses dois. Essa sustentação defensiva dele no passe, foi taticamente fundamental, pois facilitou demais para os centrais e o Vissoto aparecerem sempre na boa pro ataque. Por isso ele e o Giba não precisam pontuar tanto - é melhor guardá-los para as horas decisivas, principalmente o Giba, que é outro gênio.
E os outros novatos só mostraram que o vôlei brasileiro tem um organização de exceção e que esses talentos estarão sempre aparecendo. Lucão e Sidão (no lugar do Rodrigão machucado) jogaram muita bola - erraram um pouco mais de saques do que deveriam, mas, vá lá - não se intimidaram com a pauleira e deram conta muito bem do recado.
Bruninho é um caso à parte. Levantador não basta ter talento. Tem que ser muito forte emocionalmente e ter frieza de raciocínio nas horas cruciais. E olha, neste jogo ele foi exigido ao máximo, com tantas alternâncias que a partida proporcionou, mas ele foi excepcionalmente bem.
Com a tranquilidade que a nossa linha de passe o deu, não cometeu mais aqueles muitos erros de precisão que vinha tendo, jogando ontem com muita velocidade e habilidade na distribuição, colocando quase sempre os atacantes no 1 x 1. Partidaço do Bruno, que só tem 23 anos e muita coisa ainda pela frente.
Quer dizer, deu tudo certo pro Bernardinho. Quem não estava tão bem, como vimos ano passado, saiu e deu lugar a quem não deixou passar a oportunidade. Agora é juntar a vitalidade dos de agora, com a importante experiência e qualidade dos mais velhos - coisa que ele já fez anteriormente muito bem com Maurício e Giovane - que essa nova geração vai dar muitas alegrias à torcida.
E pra fechar, já que falei de dois gênios acima, não poderia deixar de prestar homenagem ao 3º deles, o Serginho. Como o Nalbert, com muita felicidade comentou em uma transmissão anterior, quando inventaram a posição de líbero, nunca se poderia esperar que alguém poderia desequilibrar jogando ali.
Ele desequilibra.
O que ele faz é simplesmente monstruoso, dá um volume absurdo pra equipe, incendeia o time nas horas certas e ainda jogaria fácil de levantador em muitas outras seleções que tem por aí, dada a qualidade da precisão e velocidade absurda que ele imprime nos contra-ataques que "queimam" nele.
Não poderia ser mais merecida essa premiação inédita e revolucionária que recebeu de Melhor Jogador da Liga Mundial.
Foi um grande dia para o Vôlei Brasileiro.
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