
Alemanha / França / Áustria / Itália , 2009 - 145
Drama
Direção: Michael Haneke
Elenco: Christian Friedel, Leonie Benesch, Ulrich Tukur, Ursina Lardi, Burghart Klaussner
Palma de Ouro em Cannes ano passado. Filme intenso.
Precisei refletir um pouquinho para elaborar bem o meu conceito sobre ele.
Particularmente gosto de filmes que contenham uma boa trama, que se feche em si mesma e dificilmente me agradam filmes com finais em aberto - parece uma saída pela tangente para quando não se sabe como terminar uma história.
Bem, esse A Fita Branca é desse tipo, o que deixa mais perguntas que respostas ao seu final. Mas nesse caso, me agradou o resultado.
O diretor alemão Michael Heneke (do cru e muito interessante Violência Gratuita) bebe na fonte do mestre Hitchcock e o faz com maestria. O suspense que ele dá à história de um vilarejo alemão pré 1ª Guerra Mundial, onde se cometem atrocidades em nome da religião e dos "bons costumes" é de roer os dedos.
O filme gira em torno de crimes covardes que ninguém descobre o (s) autor (es) e como essa comunidade age em torno desses acontecimentos.
A rigidez e a disciplina que já são arquetípicas do povo alemão, aqui são adicionadas de uma frieza emocional e aspereza brutais. Talvez, na visão do autor, isso fosse um abre-alas para os horrores que o mundo fosse assistir 20 anos mais tarde, pela Alemanha capitaneada pelo Führer.
Filmado em P&B, é tecnicamente muito bem feito, com grandes interpretações e embora duro, é uma narrativa que impressiona e nem se percebem as quase 2 horas e meia de duração.
Para ver com tempo e disposto a assistir algo que te faça pensar um pouco mais depois do seu término.
Nota: 7,5
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