Esse ano, o Inter que foi terceiro colocado no Brasileirão ainda não se acertou e já vão três jogos sem vencer no velho Gaúchão. Por quê? O que mudou?
D'Alessandro voltou. Ah, então é por isso? Ele piora o time? Não, óbvio que não.
É o cara com melhor passe, visão de jogo, é raçudo, líder positivo, etc. Todo mundo sabe disso. Mas quero conversar a respeito.
Conhecemos todas as qualidades dele. Mas também, acredito que ele não é o jogador mais regular do Inter.
Quando foi escolhido o melhor jogador da América em 2010, sabe quantos gols ele fez nos 14 jogos da Libertadores que o Colorado ganhou? Nenhum. Giuliano fez seis e era banco. Quem foi mais decisivo?
Em todos estes anos de Inter, quantas Bolas de Prata nosso argentino ganhou, ou seja jogou muito bem um Brasileirão de ponta a ponta. Nenhum. Contemporâneos dele como Nilmar, Kléber, Guinazú, Aranguis, Lomba, Cuesta ganharam. Até o contestado Dourado tem uma.
Então, penso que é um excelente jogador, mas não indiscutível, especialmente por não poder se exigir participação vigorosa de um cara que fará 38 anos em abril.
Assim, pela obrigatoriedade da saída do Damião, em relação ao modelo vitorioso do ano passado, houve mudanças de nomes, sempre com a inclusão do Dale nos 11.
Contra o Pelotas, Pottker jogou na do centroavante, Patrick ficou bem aberto na esquerda, Dale jogou na do Nico, mais solto e flutuando no meio, e o Nico foi pra do Pottker, bem aberto pela direita.
Ontem, foi bem diferente. Saiu o Patrick que vinha jogando mal e entrou o Trellez (de participação quase nula, embora seja sacanagem cobrar algo no primeiro jogo... Mas se seguir mostrando isso, que o Odair dê chance do guri Pedro Lucas jogar, dado que a estreia dele foi muito, mas muito superior) de centroavante, Nico inicialmente pela esquerda, Dale novamente centralizado e o Pottker de volta ao posicionamento do ano passado, aberto pela direita.
Contra o Pelotas, o time foi sempre superior, mesmo estando em estágio inferior fisicamente. Perdeu em um daqueles clássicos onde um time acha gols e o outro os perde em escala industrial.
Ontem, não. Até a expulsão, o Inter trocava golpes de igual pra igual com o Veranópolis. Não tem cabimento. A defesa que era o ponto alto de 2019, está batendo cabeça, os volantes não acertam cobertura dos laterais, toda hora há espaço entre as linhas. Patrick e Pottker, mesmo inferiores tecnicamente, juntos no meio campo, parece que fazem o time ficar inicialmente mais coeso na defesa (foi o que aconteceu ano passado), coisa que hoje o Dale não tem como contribuir.
A área de jogo dele é cada vez mais restrita. Se ele jogar mais recuado para armar o jogo, não chega na frente (é o que tem feito nos últimos tempos, quase não entrando na área adversária). Se ele jogar encostado nos atacantes, não consegue voltar para marcar, sobrecarregando o sistema defensivo.
A área de jogo dele é cada vez mais restrita. Se ele jogar mais recuado para armar o jogo, não chega na frente (é o que tem feito nos últimos tempos, quase não entrando na área adversária). Se ele jogar encostado nos atacantes, não consegue voltar para marcar, sobrecarregando o sistema defensivo.
Resumindo, eu o usaria como opção para reserva do Nico, que atualmente é mais efetivo, tanto defensiva, quanto ofensivamente. Contra o Pelotas tinha colocado bola na trave, obrigou goleiro a fazer defesas difíceis e ontem fez o gol, deu passe pro Pottker, que foi muito participativo, errar gol incrível na pequena área. Só vejo Nico e Dale juntos em um segundo tempo onde o time precise buscar um placar adverso.
Pode ser que logo ali o time encaixe com ele em um esquema que o favoreça e faça com que volte a ser o grande protagonista. Mas não é o que as últimas amostragens têm sugerido, a meu ver.
Aguardemos.
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