Num lugar muito distante havia um lugar chamado Pindorama. Tinha riquezas de todos os tipos, um solo fértil capaz de gerar qualquer fruto que nele fosse plantado, água doce em profusão, ouro, pedras preciosas, ferro, petróleo.
Tinha uma paisagem de sonho, de florestas e desfiladeiros a praias paradisíacas. Clima ótimo, sem terremotos, maremotos, tornados ou vulcões. Seus habitantes viviam em harmonia com a natureza e dela retiravam a alimentação. Não esgotavam a terra, pois sabiam que precisariam dela a vida toda e não apenas por alguns anos.
Sua legislação era simples e respeitada por todos: o mais sábio ensinava, o mais velho aconselhava, o mais capaz liderava, um conselho dividia as posses. Quem não agisse dentro dessas normas era banido para um lugar onde tinha que prover suas necessidades sozinho, sem ajuda da coletividade.
Cultuavam um deus ambivalente – Nhanderuvuçu – que, por ser o princípio único, gerava tudo de bom ou de mau.
Um dia chegaram estrangeiros de terras distantes, além das grandes águas e disseram que tudo que eles acreditavam era errado: liderar não era coisa para o mais capaz e sim para quem tivesse mais armas; ensinar era para os sacerdotes mágicos; aconselhar era para quem tivesse posses ou títulos.
Os moradores de Pindorama deveriam trabalhar para sustentar os estrangeiros e suas riquezas deveriam ser enviadas para o rei dos estrangeiros. Ouro, pedras preciosas e madeira foram enriquecer ainda mais os ricos estrangeiros.
Mas foi uma troca justa: em troca receberam pentes, espelhos e foram iniciados no culto dos estrangeiros: Nhanderuvuçu, que eles pensavam ser deus, na verdade era um demônio; viver como viviam era pecado. Nem sabiam o que era “pecado”, mas foram imersos em água para ficarem livres do pecado que não cometeram.
Eles já viviam banhando-se nas águas cristalinas de suas terras. Ah, mas não valia: tinha que ser na água transformada pelo sacerdote mágico. E os sacerdotes mágicos dos estrangeiros eram poderosos: enquanto Nhanderuvuçu dominava os homens, o deus dos estrangeiros era dominado pelos sacerdotes, que diziam palavras mágicas, obrigando seu deus a vir e entrar no alimento que consumiam.
Difícil entender como o deus dos estrangeiros era sábio e só criava o bem. Quem criava o mal
era um inimigo - que foi criado por aquele que criava o bem. Como poderia ser sábio se criou um inimigo para si mesmo? E um inimigo tão poderoso quanto si mesmo (senão, como poderia se opor?) Como poderia ser bom e ordenar que levassem suas riquezas e os matassem em caso de oposição?
Estão quase extintos. Os estrangeiros se apropriaram de suas terras, que esgotaram com monocultura, poluíram as águas cristalinas com dejetos e as riquezas continuam indo para longe.
Os estrangeiros fundaram uma capital, a Ilha da Fantasia onde lidera quem o Conselho quer, aconselha quem pode comprar um lugar no Conselho e ensina quem pertence à classe mais desfavorecida, pois os sacerdotes mágicos, hoje, só ensinam em troca de muitos tesouros.
Tinha uma paisagem de sonho, de florestas e desfiladeiros a praias paradisíacas. Clima ótimo, sem terremotos, maremotos, tornados ou vulcões. Seus habitantes viviam em harmonia com a natureza e dela retiravam a alimentação. Não esgotavam a terra, pois sabiam que precisariam dela a vida toda e não apenas por alguns anos.
Sua legislação era simples e respeitada por todos: o mais sábio ensinava, o mais velho aconselhava, o mais capaz liderava, um conselho dividia as posses. Quem não agisse dentro dessas normas era banido para um lugar onde tinha que prover suas necessidades sozinho, sem ajuda da coletividade.
Cultuavam um deus ambivalente – Nhanderuvuçu – que, por ser o princípio único, gerava tudo de bom ou de mau.
Um dia chegaram estrangeiros de terras distantes, além das grandes águas e disseram que tudo que eles acreditavam era errado: liderar não era coisa para o mais capaz e sim para quem tivesse mais armas; ensinar era para os sacerdotes mágicos; aconselhar era para quem tivesse posses ou títulos.
Os moradores de Pindorama deveriam trabalhar para sustentar os estrangeiros e suas riquezas deveriam ser enviadas para o rei dos estrangeiros. Ouro, pedras preciosas e madeira foram enriquecer ainda mais os ricos estrangeiros.
Mas foi uma troca justa: em troca receberam pentes, espelhos e foram iniciados no culto dos estrangeiros: Nhanderuvuçu, que eles pensavam ser deus, na verdade era um demônio; viver como viviam era pecado. Nem sabiam o que era “pecado”, mas foram imersos em água para ficarem livres do pecado que não cometeram.
Eles já viviam banhando-se nas águas cristalinas de suas terras. Ah, mas não valia: tinha que ser na água transformada pelo sacerdote mágico. E os sacerdotes mágicos dos estrangeiros eram poderosos: enquanto Nhanderuvuçu dominava os homens, o deus dos estrangeiros era dominado pelos sacerdotes, que diziam palavras mágicas, obrigando seu deus a vir e entrar no alimento que consumiam.
Difícil entender como o deus dos estrangeiros era sábio e só criava o bem. Quem criava o mal
era um inimigo - que foi criado por aquele que criava o bem. Como poderia ser sábio se criou um inimigo para si mesmo? E um inimigo tão poderoso quanto si mesmo (senão, como poderia se opor?) Como poderia ser bom e ordenar que levassem suas riquezas e os matassem em caso de oposição?
Estão quase extintos. Os estrangeiros se apropriaram de suas terras, que esgotaram com monocultura, poluíram as águas cristalinas com dejetos e as riquezas continuam indo para longe.
Os estrangeiros fundaram uma capital, a Ilha da Fantasia onde lidera quem o Conselho quer, aconselha quem pode comprar um lugar no Conselho e ensina quem pertence à classe mais desfavorecida, pois os sacerdotes mágicos, hoje, só ensinam em troca de muitos tesouros.
Comentários
Vejo que a história nacional se confunde com a humana na sua caminhada torta sofrendo com o desejo dos sarcedotes de fazer e pacificar os escravos para obter riquesa ainda maior.
Pessoas como vc que nos ajudam a não deixar colocarem vendas nos olhos e sempre ter espírito crítico.
Parabéns !
Posso repassá-lo ?
Abs !
Abçs!