

O Estrangeiro
Autor: Albert Camus
Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira – Romances
16ª Edição – 1997 – 126 Páginas
“Hoje mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei. Recebi um telegrama do asilo: "Mãe morta. Enterro amanhã. Sinceros sentimentos." Isso não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem.”
Assim começa o meu livro predileto, o romance existencial (apesar de Camus ter rejeitado a classificação) O Estrangeiro, que conta a história do narrador personagem, Meursault, um homem desligado do mundo, passivo e indiferente aos acontecimentos – um estrangeiro da vida comum – para quem a morte é apenas a conclusão de uma existência inteiramente aborrecida.
O personagem é um indivíduo contraditório e sem objetivos, movido, simplesmente, pelos tentames sensoriais. A impressão que temos é que não existem sonhos ou ilusões em seu mundo, é tudo muito pragmático em sua mente.
Mas sem mais rodeios, vamos à sinopse:
Depois de receber a carta comunicando o falecimento de sua mãe, Meursault viaja ao asilo onde ela morava e comparece à cerimônia fúnebre, sem, no entanto, expressar quaisquer emoções, não sendo aparentemente afetado pela ocorrência.
Dando sequência a narrativa, Meursault torna-se amigo de um de seus vizinhos, Raymond Sintès, um conhecido proxeneta. Meursault auxilia o amigo a livrar-se de uma de suas amantes árabes.
Mais tarde, os dois lutam com o irmão da mulher morta em uma praia e Raymond acaba machucado na briga com facas. Depois disso, Meursault retorna à praia e, em um desatino suscitado pelo calor e pela luz forte do sol, dispara uma vez no árabe, matando-o e ainda atira mais quatro vezes corpo.
Durante o julgamento, ao invés de ter como foco principal o homicídio do árabe, a incriminação de Meursault concentra-se no fato dele não chorar no funeral da sua mãe. A acusação baseia-se na falta ou na incapacidade de sentir remorso do acusado, devendo, por tanto, ser considerado perigoso.
Fundamentada nestes argumentos, a acusação reforça a ideia de execução de Meursault para precaver futuros crimes, tornando-o, também, um exemplo. Para mim, o argumento de Meursault “matei por causa do sol” é simplesmente inesquecível...
A narração desta obra é absolutamente direta e despojada de floreios, tornando a leitura surpreendentemente simples no que diz respeito à composição escrita, muito embora se mostre carregada em sua essência, questionando a moral em vigência, as relações sociais, a religião e as crenças.
Relendo, agora esta obra, depois de alguma experiência na educação especial, contemplo-a com outros olhos...olhos mais aguçados para a estranheza humana, para as diferenças. Enxergo o personagem sobre um novo espectro em minha segunda leitura. Mas se eu contar a minha conclusão da mente de Meursault, vou tirar o gostinho da descoberta dos futuros leitores!
Leitura obrigatória!
Nota: 10!
Autor: Albert Camus
Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira – Romances
16ª Edição – 1997 – 126 Páginas
“Hoje mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei. Recebi um telegrama do asilo: "Mãe morta. Enterro amanhã. Sinceros sentimentos." Isso não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem.”
Assim começa o meu livro predileto, o romance existencial (apesar de Camus ter rejeitado a classificação) O Estrangeiro, que conta a história do narrador personagem, Meursault, um homem desligado do mundo, passivo e indiferente aos acontecimentos – um estrangeiro da vida comum – para quem a morte é apenas a conclusão de uma existência inteiramente aborrecida.
O personagem é um indivíduo contraditório e sem objetivos, movido, simplesmente, pelos tentames sensoriais. A impressão que temos é que não existem sonhos ou ilusões em seu mundo, é tudo muito pragmático em sua mente.
Mas sem mais rodeios, vamos à sinopse:
Depois de receber a carta comunicando o falecimento de sua mãe, Meursault viaja ao asilo onde ela morava e comparece à cerimônia fúnebre, sem, no entanto, expressar quaisquer emoções, não sendo aparentemente afetado pela ocorrência.
Dando sequência a narrativa, Meursault torna-se amigo de um de seus vizinhos, Raymond Sintès, um conhecido proxeneta. Meursault auxilia o amigo a livrar-se de uma de suas amantes árabes.
Mais tarde, os dois lutam com o irmão da mulher morta em uma praia e Raymond acaba machucado na briga com facas. Depois disso, Meursault retorna à praia e, em um desatino suscitado pelo calor e pela luz forte do sol, dispara uma vez no árabe, matando-o e ainda atira mais quatro vezes corpo.
Durante o julgamento, ao invés de ter como foco principal o homicídio do árabe, a incriminação de Meursault concentra-se no fato dele não chorar no funeral da sua mãe. A acusação baseia-se na falta ou na incapacidade de sentir remorso do acusado, devendo, por tanto, ser considerado perigoso.
Fundamentada nestes argumentos, a acusação reforça a ideia de execução de Meursault para precaver futuros crimes, tornando-o, também, um exemplo. Para mim, o argumento de Meursault “matei por causa do sol” é simplesmente inesquecível...
A narração desta obra é absolutamente direta e despojada de floreios, tornando a leitura surpreendentemente simples no que diz respeito à composição escrita, muito embora se mostre carregada em sua essência, questionando a moral em vigência, as relações sociais, a religião e as crenças.
Relendo, agora esta obra, depois de alguma experiência na educação especial, contemplo-a com outros olhos...olhos mais aguçados para a estranheza humana, para as diferenças. Enxergo o personagem sobre um novo espectro em minha segunda leitura. Mas se eu contar a minha conclusão da mente de Meursault, vou tirar o gostinho da descoberta dos futuros leitores!
Leitura obrigatória!
Nota: 10!
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