Por Renata PorcellisAí galera, tá atrasado, mas chegou o Barbadas desta semana! (Rafael Barbosa)
Olhe Nos Meus Olhos - Minha Vida com a Síndrome de Asperger
Autor: John Eder RobinsonEditora: Larousse do Brasil
Assunto: Biografia
1ª Edição – 2008 – 256 páginas
Li um livro interessantíssimo: Olhe nos meus olhos, um relato de vida de um menino com síndrome de Asperger. Para quem não conhece, tal sintoma é uma variação do autismo já mostrada no filme Ray Man (1988), Adam (2010) e ainda a animação Mary & Max (2009).
John conta sobre sua infância e juventude, sobre sua família desestruturada e como era difícil ser diferente das outras crianças. Ele cresceu com a Síndrome de Asperger numa época em que esse diagnóstico não existia, só descobrindo-a depois de adulto, com 40 anos.
Fala sobre a grande dificuldade de se relacionar com outras pessoas, de compreender o que as pessoas esperam dele, o que deve dizer aos outros e o que deve manter apenas para si, entre outras coisas.
A narrativa é tocante e bem-humorada. Dei muitas risadas ao longo do livro e me diverti muito, principalmente com os apelidos que John colocava nas pessoas, como, por exemplo, em seu irmão mais novo, o escritor Augusten Burroughs, autor do livro “Correndo com Tesouras”, que já tem adaptação para o cinema com um filme homônimo de 2006. John chamava o irmão de “Verme”, pois segundo ele, o apelido combinava mais que o próprio nome.
É muito interessante descobrirmos as potencialidades que não enxergamos em um primeiro momento em alguém esquisito, diferente, excêntrico, como acharem melhor! John nos mostra a sua grande capacidade de concentração em temas do seu interesse como a eletrônica e os carros.
Quando se torna adolescente, começa a trabalhar em consertos de equipamentos de som e instrumentos musicais, ficando um especialista tão bom no assunto que é convidado para ser responsável pelos equipamentos e criação de efeitos especiais de bandas como Kiss e Pink Floyd nos anos 70!
O mais legal do livro é entender sobre Aspergers a partir dos olhos e sentimentos de um cara com a síndrome. Tem um trecho que acho especialmente interessante para compreendermos o pensamento do autor quando não consegue entender porque seu tio se casava pela segunda vez:
“No dia do casamento, eu perguntei a primeira coisa que me veio à mente, uma coisa típica do Asperger: `Tio, quantas vezes você tem de se casar antes de ficar casado?`”
Adorei!
Nota: 8,5
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