
Já sem o vigor de outrora e desgostoso com algumas querelas nas suas últimas produções (principalmente Cortina Rasgada), Hitch toma um rumo um pouco mais independente, se é que dá pra dizer isso de um megastar como ele.
Ganha o Irving Thalberg da Academia em 68, prêmio que ganhou a conotação de corrigir injustiças históricas, e como um tapa de luva de pelica, no seu discurso, ovacionado pelo público no teatro ..., limitou-se a dizer apenas: "Obrigado".
Nessa fase menos ilustre da carreira, ele faz algumas coisas diferentes do seu habitual, como trabalhar sem grandes estrelas e em locações menos glamourosas. Em Frenesi, volta a filmar na Inglaterra, 32 anos depois de ter ido fazer cinema nos EUA. Uma volta ao passado como forma de homenagear suas origens.
E depois de Trama Macabra, 1976, ainda tinha planos de fazer mais um filme, mas já sabia que sua saúde debilitada não o permitiria.
Quatro anos depois, no mesmo ano que perdemos John Lennon, também demos adeus ao Mestre do Suspense.
Adeus esse, apenas ao corpo, pois sua obra imortal, continua mais viva do que nunca e me faz muito feliz em poder humildemente prestar saudação no meu bloguezinho...

Topaz
EUA, 1969 - 120 min
Suspense
Direção: Alfred Hitchcock
Elenco: Frederick Stafford, Dany Robin, Claude Jade
O antepenúltimo filme de Hitch é considerado um dos seus mais fracos.
É uma mistura de ficção com um episódio verídico, a famosa Crise dos Mísseis, (que até já rendeu um filme muito bom, Treze Dias que Abalaram o Mundo, com Kevin Costner), algo inédito em Hitchcock.
Em 1962, no auge da Guerra Fria, um espião francês infiltra-se em Cuba, a pedido do serviço secreto dos EUA, a fim de investigar a atuação dos russos naquele país. E acaba por desmascarar um agente duplo dentre altos membros do governo francês.
Eu, particularmente, até gostei do filme, achei bem construído, coisa e tal. Mas seu desfecho realmente, deixa um pouco a desejar. A ausência dos habituais grandes astros de obras pretéritas também é sentida - o ator principal, Frederick Stafford, é de uma falta de carisma impressionante.
Um dos bons pontos do filme é a trilha sonora, de Maurice Jarré, músico trioscarizado e pai do famoso Jean Michel Jarré. Hitch sabia mesmo como escolher caras bons nessa área.
Enfim, tem altos e baixos, mas acho bem passável (eu já vim com uma expectativa bem baixa para vê-lo, talvez seja por isso).
Ponta do Hitch: nível fácil. No hospital, levantando de uma cadeira de rodas.
Nota: 6,0
Cotação no IMDb: 6.2 (6.752 votos)
Trailer sem legendas
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