

Ali, ele faz uma análise comparativa entre várias religiões e comenta algumas incongruências entre as diversas mitologias cristãs e interpretações equivocadas ou mal-intencionadas sobre textos bíblicos.
Hoje vamos ler uma parte onde ele lista algumas passagens da Bíblia, onde há textos claros sobre conceitos como comunicação com espíritos, reencarnação e existência de vida espiritual antes e depois da "vida", assuntos que algumas crenças são veementemente contrárias.
Para pensar um pouquinho... Boa leitura!
"SOBRE A COMUNICAÇÃO:
Se Moisés (em Lv 19:31 e Dt 18: 10-12) proibia consultar os mortos, é (obviamente) porque os espíritos dos mortos podiam responder, ou seria uma proibição inútil.
Se podiam, continuam podendo, nos dias de hoje. Se não podiam, era (e é) inútil evocá-los, e Moisés não precisaria proibir (para que proibir o que não tem possibilidade de acontecer?).
E eram, segundo os textos sagrados, os mortos (bons ou maus) que vinham responder, não demônios, como querem alguns. Se assim fosse, Moisés teria escrito demônios (daimon) e não os mortos (el-hametim).
(...) E se os espíritos dos bons mortos não podem responder, só demônios, não é uma absurda incoerência a Igreja aconselhar as pessoas a invocar os santos (mortos) nas horas de aflição?
Se os espíritos não podem se comunicar, por que São João, em sua primeira epístola, aconselha: '... não acrediteis em qualquer espírito. Examinai primeiro se são de Deus (...) e é por isso que falam ...' (I Jo 4: 1-5)?
Esse conselho é endossado por São Paulo em sua primeira epístola aos coríntios, 12: 3. Fica claro que os espíritos podem se comunicar, nós devemos é ter cuidado para saber se são bons ('de Deus') espíritos (ou não).
SOBRE A REENCARNAÇÃO:
'... fui um jovem de boas qualidades e recebera, como quinhão, uma alma boa. Ou antes, como era bom, vim a um corpo sem mancha' (Sabedoria 8: 19-20).
Fica bem claro que o corpo e a vida que temos agora é de acordo com o que já fomos e fizemos (conceito de carma);
(...) '... de novo me farás viver' (Salmo 71 (70): 20); 'Tiraste minha alma das profundezas do Sheol' (Salmo 86 (85): 13).
Para quem afirmar que se refere a um evento futuro, o Julgamento Final, confira que nos salmos 30 e 86 é usado o tempo pretérito, não futuro.
SOBRE A PRÉ-EXISTÊNCIA DO ESPÍRITO:
Há quem, feericamente, queira afirmar que o espírito só é gerado por Deus no momento da concepção do corpo.
Se assim fosse, Deus não teria dito a Jeremias: 'antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci' (Jr 1: 4). Como, Deus não mente, Jeremias já existia antes de nascer, antes até de ser um óvulo fecundado.
SOBRE A PÓS-EXISTÊNCIA DO ESPÍRITO:
'(Os ímpios) ... raciocinando com falsidade, dizem (...) o espírito se dissipa como ar sutil (...) mas estão enganados' (Sabedoria 2:1-2); '... as almas dos justos (...) aos olhos dos insensatos, parecem mortos ...' (Sabedoria 3: 1-2).
Se o espírito não sobrevive à morte do corpo, como poderiam ter conversado os mortos Abraão e o homem rico (Lucas 16: 24-31)?
Todo ser humano é fruto de uma tríplice constituição: vejam em Gênesis 2: 7 que a alma vivente é resultado da união do corpo com o sopro do espírito. Platão adotou esse conceito, falando em naus, psyché e soma.
Os filósofos latinos neoplatônicos traduziram para spiritus, anima e corpus. João, em seu evangelho, fala em verbum, lux e vita. Santo Irineu, Santo Agostinho e São Boaventura falam em corpo, alma e espírito.
São Tomás de Aquino, temendo que essa concepção viesse a 'materializar' a alma, tratou de (con)fundi-la com o espírito, ficando na dualidade corpo-alma, no que foi seguido pela ala dominante da Igreja.
A própria Bíblia, como podemos ver, nos esclarece sobre essas questões (ainda) sem unanimidade, basta ler 'com olhos de ver'."
E aí, curtiram essa palinha? Logo, logo, tem mais...
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