

Entre 90 e 91, essa era a pergunta que não queria calar. Twin Peaks, a série criada pelo cultuado David Lynch (só vi um filme dele, Império dos Sonhos e odiei) foi um sucesso instantâneo por diversos motivos.
A trama onde o agente especial do FBI, Dale Cooper (Kyle MacLachlan) investigava o assassinato brutal da jovem Laura na pacata cidade do norte dos EUA, Twin Peaks, tinha uma diversidade de personagens interessantes e meio doidos.
Havia o agente travesti do FBI, a velha que vivia pra cima e pra baixo com um toco de madeira nos braços, o anão de vermelho dos sonhos de Cooper, Bob, o fantasma, entre tantos outros.
O conjunto desses personagens em uma história onde nada era o que parecia ser, na qual todos os habitantes de Twin Peaks tinham seus podres bem escondidos no armário tinha um poder fantástico.
Fora isso, ainda lançou um quarteto feminino de ases, com as Sherlyns, Fenn e Lee, além de Mädchen Amick ("Menina Bonita" em alemão, nada mais apropriado) e Lara Flynn Boyle - nenhuma vingou com grande estrela de cinema, mas ao seu tempo, elas tiveram um baita sucesso.
E não podemos esquecer da espetacular trilha sonora de Angelo Badalamenti, que abria cada episódio e que marcou época. Ponto fortíssimo da série.
Twin Peaks teve duas temporadas, a primeira com 8 episódios e a segunda, 22. Na verdade ela foi bacana até a descoberta do assassino de Laura. Depois disso, David Lynch perdeu o interesse pelo projeto e outros autores continuaram adiante.
Entretanto, a qualidade caiu demais e mesmo tendo um gancho muito interessante ao final do 30º episódio, a série morreu em seguida.
Em 92, Lynch ainda dirigiu o filme Os Últimos Dias de Laura Palmer que foi como um complemento - não imprescindível - para a série.
Mas ficou apenas nesse canto do cisne. O gostinho de "quero mais" dos milhões de fãs da série continua até hoje, como tantas outras coisas que gostaríamos de ter apreciado por mais tempo (hum... isso me deu uma boa ideia, para o próximo Do Tempo do Epa. Aguardem!).
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