Quando tive a ideia de homenagear Hitchcock nos meus dois anos de blog, (inspirado o que faz meu amigo D.T.S quando há uma data comemorativa no seu Resenha de Filmes) achei que eu ia fazer uma coisinha bacaninha, comentando alguns dos filmes mais conhecidos do Mestre do Suspense.
Só que à medida que comecei a ler mais sobre ele, tive vontade de ampliar o projeto, que a cada dia ia ficando maior, até que finalmente cheguei a um formato que ficou abrangente e significativo para a sua biografia.
E vendo quase meio século da obra dele (comecei com Chantagem e Confissão, da fase inglesa, de 1929 e terminei com sua última obra, Trama Macabra de 1976), pude traçar um quadro bem mais lúcido sobre Hitchcock, do que o que eu tinha há algum tempo atrás.
Quando comecei a realmente me interessar por cinema, lá pelos meus 11-12 anos, eu via os filmes dele e achava o máximo. Atualmente, 20 anos depois, continuo reconhecendo a genialidade de Hitch, mas também sei ver que algumas passagens da sua filmografia, para os padrões atuais, ficaram meio datadas (as cenas de ação e aquelas paixões avassaladoras do dia pra noite) e perderam força.
Mas também, não posso ver demérito nisso: Hitchcock nasceu no séc. XIX, praticamente junto com o cinema! Os irmãos Lumière criaram o cinematógrafo em 1895 e Emma Hitchcock deu luz a Alfred apenas quatro anos depois.
Então, aos vinte e poucos ele começou sua brilhante carreira, quando o cinema apenas dava seus primeiros passos. Quer dizer, ele realmente inventou um novo modelo de entretenimento e maneiras de se contar uma história, sendo um revolucionário nessa indústria e é merecidamente reconhecido por diversos meios como o maior diretor da história do cinema.
E mesmo sob o paradigma mais romântico e inocente do início do século passado, ele falou sobre temas como assassinatos a sangue-frio, homossexualismo, adultérios, psicopatas, voyeurismo, cleptomania, estupro, espionagem internacional... Temas espinhosos, sempre retratados com um estilo, na época, único e que foi e continua sendo imitado/homenageado até hoje por toda uma série de novos autores.
Hitchcock é uma referência eterna. Se hoje existe os JB, James Bond e Jason Bourne, muito se deve a Interlúdio e Intriga Internacional terem sido existido.
Se hoje filmes de serial killers são tão difundidos, é porque em 1960, Psicose aterrorizou plateias no mundo inteiro e ganhou rios de bilheteria.
Se filmes de assalto são uma febre atual, lembro que lá atrás, Ladrão de Casaca foi um marco para os bandidos elegantes, aqueles aos quais sempre torcemos por eles.
Hitch, como escrevi anteriormente, é o diretor mais citado do livro-bíblia 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, com incríveis 18 exemplares na obra; em uma conta simples, quase 2% do livro!
Só pra dar uma ideia do que isso significa, Steven Spielberg e Martin Scorcese, diretores que dispensam apresentação, tem nessa lista, "apenas" 8 filmes cada.
E falando então sobre a minha lista, todos os 18 Hitch do 1001 Filmes, estão no rol que organizei.
Também estão os todos os 5 filmes que lhe deram indicação para o Oscar de Melhor Direção, além de alguns outros que considerei realmente relevantes dentro da obra dele.
Totalizei 26 filmes, colocados em 6 fases diferentes, postadas cada uma dia após dia a partir de hoje:
Fase inglesa
1. Chantagem e Confissão
2. 39 Degraus
3. Sabotagem
4. A Dama Oculta.
Fase americana inicial - anos 40
1. Rebecca - A Mulher Inesquecível
2. A Sombra de uma Dúvida
3. Um Barco e Nove Destinos
4. Quando Fala o Coração
Anos dourados - 1ª parte
1. Interlúdio
2. Festim Diabólico
3. Pacto Sinistro
4. Disque M Para Matar
5. Janela Indiscreta
Anos dourados - 2ª parte
1. Ladrão de Casaca
2. O Terceiro Tiro
3. O Homem que Sabia Demais
4. O Homem Errado
5. Um Corpo Que Cai
6. Intriga Internacional
Ultimas grandes obras
1. Psicose
2. Os Pássaros
3. Marnie - Confissões de uma Ladra
4. Cortina Rasgada
The End
1. Topázio
2. Frenesi
3. Trama Macabra
E desde já quero dizer que, se alguém pensou que foi uma trabalheira ver e escrever sobre todos estes filmes em tão pouco tempo, não poderia estar mais enganado.
Foi sim, um prazeraço poder assistir a tantos filmes bons e principalmente, divertidos (talvez por isso a carrancuda Academia nunca tenha lhe dado o prêmio merecido), uma marca intransferível do cinema feito pelo grande e inesquecível Alfred Hitchcock.
Bom proveito!
Comentários