Celso, quando te anunciaram ano passado como novo técnico do Inter, achei que era piada de gremista. O maior cavalo paraguaio de todos os tempos no meu colorado, atual semifinalista da Libertadores, era um despropósito.
Mas depois que vi que de repente, essa tua qualidade-defeito poderia dar certo para a própria Libertadores, pois como só faltavam quatro jogos, essa tua capacidade de rapidamente organizar um time competitivo, teria chance de dar resultado. Aliás, só o gênio de Fernando Carvalho para ter uma sacada como essa.
E assim foi.
Colocaste nos eixos um time em frangalhos que o retranqueiro-mor Fos... (não digo mais esse nome, dá azar) tinha te deixado de herança e em pouco mais de um mês de trabalho nos deste o bicampeonato da maior competição das Américas.
Isto, jamais vamos esquecer e deixar de te agradecer.
Entretanto, dali para frente, fizeste tudo o que mais temíamos. Fizeste o que sempre foi de praxe na tua biografia: um monte de lambanças e ações contrárias ao senso comum (também chamadas de "teimosias").
Colocaste um Brasileirão pelo ralo para chegar bem no Mundial, como se o elenco do Inter fosse de jogadores de vidro, cometendo dois grandes equívocos ao mesmo tempo: desperdiçaste a chance de dar ao colorado um título que há 31 anos não conseguia e ainda deixou a equipe totalmente desembocada para o Mundial.
Os resultados mazêmbicos são generalizadamente conhecidos e não preciso recordar aqueles momentos funestos para nós, torcedores do Gigante.
E inacreditavelmente, a direção te deu uma segunda chance, contra a opinião de toda a torcida. E não fizeste por merecer esse crédito, pois estamos quase na metade de abril e ainda não temos um time que passe confiança para quem o acompanha de perto.
Sendo assim, sabendo que - aleluia - nossos dirigentes acharam por bem não contar mais com os teus serviços, te desejo tudo de bom em novas empreitadas, pois se fizestes bem ao Inter, a recíproca também é verdadeira e um técnico campeão da América não vai ficar muito tempo sem emprego.
Com isto, esperamos que sejas muito feliz em outras praças (porque aqui, tua validade venceu, já faz tempo...).
De um crítico mordaz, mas eternamente agradecido por aqueles quatro jogos,
Rafael Barbosa
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