
Tem coisas que morrem e a gente nem imagina o porquê. Como é nunca mais eu vi nenhum guri jogando Futebol de Botão?
Claro que eu só jogava com o Inter, mas tínhamos que ter outros times para jogar com os amigos que nos visitassem.
Eu incomodava meu tio - que para sua infelicidade, era meu vizinho - pra jogar comigo todos os dias de tanto que eu gostava daquilo.
Botão de plástico, acrílico e os melhores de todos: os puxadores, quanto mais camadas, mais respeitado era o jogador que os possuía. Eu até nem gostava dos puxadores, pois eram muito altos e a palheta não deslizava direito.
Mas quem tinha puxadores, tinha moral, mesmo que não jogasse nada.
Só que o que eu mais curtia mesmo, era uma coisa que aprendi com meu amigão de infância, Fafone: escrever os nomes dos jogadores em um papelzinho e colar com durex em cima dos botões.

Era eu jogando com Taffarel, Luís Carlos Winck, Aguirregaray, Norberto, Luís Fernando, Maurício, Nílson e cia. Tem fantasia mais bacana para uma criança do que poder estar ali, ao lado dos seus ídolos? Impossível.
Ainda por cima, eu escalava o colorado e a Seleção de acordo com a minha cabeça, e não a dos nossos técnicos, sempre burros, óbvio.
Há uns 10 anos atrás, em um desses passeios escolares de verão, acompanhei alunos meus que estavam jogando botão e acabei me intrometendo, curioso de ver alguém fazendo algo que para mim era tão caro.
Achei que eles jogavam direto e que eu ia tomar um pau. Mas quando comecei a jogar, vi que eles nem sabiam jogar, não conheciam as regras, nada e quando dei por mim, já tinha "passado a tropa em revista", ganhando de todo mundo...
Eu não sei se meu filhote Juliano vai ter parceiros para jogar junto, mas que o papai aqui vai ensinar a ele os segredos essa atividade joíssima criada há mais de 80 anos, ah, podem escrever...
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