


Ali, já dava pra ver que não era mais uma bandinha que lançava mais um álbum qualquer. Letras bem escritas, belas melodias e uma produção bacana e pelo menos, quatro músicas de exceção.
"Carona", "No Quiero Armas", "Por Você" e "A La Recherche" tocaram até dizer chega na rádio e puxavam a fila como as melhores do disco de estreia.
Aliás, antes disso, Duca, que com apenas 17 tinha lançado um disco solo, foi convidado por ninguém menos que Bob Dylan para abrir seus shows no Brasil. Quer dizer, de fato, não era uma banda comum...

Porém, o álbum tinha um mérito intransferível: continha talvez, a melhor música da história da banda, justamente, a supracitada, "Os Segundos".
E a partir da inclusão dela, na trilha da Malhação, que a Cidadão surgiu para o Brasil e que achávamos, tomaria conta do cenário nacional.
Entretanto, talvez pelo disco todo não ser tão bom, e o grande público não procurar conhecer o anterior, a coisa não bombou.
"Dia Especial", "Bossa", "Um Dia" e outra clássica, "Pinhal", são as melhores canções que compõem o disco e que também, tocam adoidadas durante vários meses.
Nesse mesmo ano, mais dois fatos marcantes para a banda: a morte do baterista Cau Hafner em um acidente de paraquedas e o lançamento do primeiro livro de Duca Leindecker, "A Casa da Esquina", terceiro mais vendido da Feira do Livro de POA de 98.

Este disco tem algumas inéditas, mas é mais uma revisão de músicas anteriores, com a produção de Tom Capone.
Considerado um dos maiores do ramo no Brasil, o cara trabalhou com feras do naipe de Legião Urbana, Raimundos, O Rappa, Skank, Gilberto Gil, Mílton Nascimento, entre muitos outros.
Com uma divulgação e alcance maiores na mídia, este disco os leva a tocar no Rock'n'Rio III e Festival de Salvador.

"Ao Fim de Tudo", "Girassois" e "Yoko" são as mais lembradas deste álbum, que teve boa repercussão aqui no sul, mas em nível nacional, nada mais relevante.
Neste trabalho, uma colaboração inédita e que persiste até hoje: Fernando Peters na guitarra de apoio.
Em 2003, Duca lança seu segundo livro, "A Favor do Vento", que até hoje segue tendo projetos de ser levado ao cinema, com o próprio Duca auxiliando como roteirista.
E depois de 12 anos do lançamento do seu disco de estreia, o inevitável: disco acústico ao vivo.

Todas as melhores canções dos discos anteriores estão aqui e mais algumas inéditas, como - ótimo título - "Música Inédita".
Além disso, também há algumas parcerias que ficaram balaca, como com Mônica Tomasi em "Bossa" e com Humberto Gessinger no cover de "Terra de Gigantes".
Como esperado, foi o maior sucesso de público e crítica da história da banda, que rodou o país com este trabalho.

"Amanhã Colorido" e "Boa Noite, Cinderela" são as mais lembradas.
Só em seguida deste lançamento, a banda interrompe suas atividades para o baixista Luca Leindecker iniciar tratamento contra um câncer, mieloma múltiplo.
Nisso, em 2008, Duca une forças a Humberto Gessinger (que também havia interrompido suas atividades com os Engenheiros) e começam o projeto Pouca Vogal.
Com um disco naquele ano e outro CD+DVD no seguinte, é o que restou para os fãs da Cidadão continuarem curtindo o trabalho pretérito do Duca e cia.
Eu, particularmente, não curti tanto o som da Pouca Vogal, quanto gostava do da Cidadão, então, espero que o Luca se recupere logo e que os irmãos possam se unir novamente e nos presentear com as belas canções as quais eles nos mal-acostumaram durante tantos anos...
Vídeo de Pinhal, no Planeta Atlântida de 2006
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