The Tourist
EUA , 2010 - 103 minutos
Aventura/Suspense
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Elenco: Angelina Jolie, Johnny Depp, Paul Bettany, Rufus Sewell, Steven Berkoff, Timothy Dalton
Engraçado ver como algumas coisas vão se conectando. Neste momento, vocês aí do outro lado só tem uma ideia pelo que escrevi há alguns posts atrás, mas tenho estado imerso no universo de Alfred Hitchcock há várias semanas.
Então, quando vejo vários dos ingredientes do cinema feito pelo Mestre do Suspense (mulheres fatais, homens sendo injustamente acusados de crimes que não cometeram, cenário europeu belíssimo como em Ladrão de Casaca, etc) em um outro filme, penso que só podem ser duas coisas: imitação ou homenagem deslavada.
Só que para fazer isso, como já fizeram com brilhantismo, Brian de Palma em várias oportunidades e mais recentemente, Scorcese em Ilha do Medo, tem que ter ou muita qualidade ou muita cara de pau.
O alemão Florian Henckel von Donnersmarck deveria se encaixar na primeira alternativa. Ele dirigiu um filmaço ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro chamado A Vida dos Outros. Tão bom que o convidaram para ir para os EUA e de cara lhe dão Angelina Jolie e Johnny Depp para fazer sua estreia!
Só que aí, para emular todos os clichês hitchcockianos, ele deixou de lado algumas características fundamentais, como os diálogos afiadíssimos. Em O Turista, a trama é bacana, mas as falas são quase sempre simplórias e sem o charme que imortalizou tantos filmes de Hitch.
Outro fator broxante aqui e que sempre foi uma grande marca positiva nos filmes do mestre, é a lamentável trilha sonora. Em O Turista, ela quase nunca acerta o tom, tanto nas cenas de romance (fica forçado), como nas que deveriam ter suspense, onde ele às vezes puxa uma levada meio de comédia. Um horror. Uma das piores que já vi.
E quem lembra da parceria Hitchcock/Bernard Herrmann, sabe do que estou falando, o diferencial que aqueles filmes deles tinham por possuir uma fina sintonia entre a trama e a música (algo levado ao ápice em O Homem Que Sabia Demais).
O diretor perdeu tanto a mão, que até Johnny Depp está esquisito (no mau sentido) em sua interpretação. Jolie faz o papel de femme fatale que já fez tantas vezes com grande facilidade, então, nem chega a ser mérito de Van Donnersmarck tirar esse desempenho dela.
Aliás, aqui o grande auxílio que ela teve foi de Colleen Atwood, a figurinista dos lindíssimos trajes vestidos pela musa e que ajudam sobremaneira na incorporação do personagem centro de todas as atenções (tanto masculinas, como femininas) do filme.
Mas mesmo assim, não é de se jogar fora, não. É divertido, bem movimentado e um desfecho bem legal - tão legal, que dá uma raiva de o filme todo não ter tido o mesmo nível.
Nota: 6,5
Cotação no IMDb: 6,0 (21.437 votos)
Trailer legendado
EUA , 2010 - 103 minutos
Aventura/Suspense
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Elenco: Angelina Jolie, Johnny Depp, Paul Bettany, Rufus Sewell, Steven Berkoff, Timothy Dalton
Engraçado ver como algumas coisas vão se conectando. Neste momento, vocês aí do outro lado só tem uma ideia pelo que escrevi há alguns posts atrás, mas tenho estado imerso no universo de Alfred Hitchcock há várias semanas.
Então, quando vejo vários dos ingredientes do cinema feito pelo Mestre do Suspense (mulheres fatais, homens sendo injustamente acusados de crimes que não cometeram, cenário europeu belíssimo como em Ladrão de Casaca, etc) em um outro filme, penso que só podem ser duas coisas: imitação ou homenagem deslavada.
Só que para fazer isso, como já fizeram com brilhantismo, Brian de Palma em várias oportunidades e mais recentemente, Scorcese em Ilha do Medo, tem que ter ou muita qualidade ou muita cara de pau.
O alemão Florian Henckel von Donnersmarck deveria se encaixar na primeira alternativa. Ele dirigiu um filmaço ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro chamado A Vida dos Outros. Tão bom que o convidaram para ir para os EUA e de cara lhe dão Angelina Jolie e Johnny Depp para fazer sua estreia!
Só que aí, para emular todos os clichês hitchcockianos, ele deixou de lado algumas características fundamentais, como os diálogos afiadíssimos. Em O Turista, a trama é bacana, mas as falas são quase sempre simplórias e sem o charme que imortalizou tantos filmes de Hitch.
Outro fator broxante aqui e que sempre foi uma grande marca positiva nos filmes do mestre, é a lamentável trilha sonora. Em O Turista, ela quase nunca acerta o tom, tanto nas cenas de romance (fica forçado), como nas que deveriam ter suspense, onde ele às vezes puxa uma levada meio de comédia. Um horror. Uma das piores que já vi.
E quem lembra da parceria Hitchcock/Bernard Herrmann, sabe do que estou falando, o diferencial que aqueles filmes deles tinham por possuir uma fina sintonia entre a trama e a música (algo levado ao ápice em O Homem Que Sabia Demais).
O diretor perdeu tanto a mão, que até Johnny Depp está esquisito (no mau sentido) em sua interpretação. Jolie faz o papel de femme fatale que já fez tantas vezes com grande facilidade, então, nem chega a ser mérito de Van Donnersmarck tirar esse desempenho dela.
Aliás, aqui o grande auxílio que ela teve foi de Colleen Atwood, a figurinista dos lindíssimos trajes vestidos pela musa e que ajudam sobremaneira na incorporação do personagem centro de todas as atenções (tanto masculinas, como femininas) do filme.
Mas mesmo assim, não é de se jogar fora, não. É divertido, bem movimentado e um desfecho bem legal - tão legal, que dá uma raiva de o filme todo não ter tido o mesmo nível.
Nota: 6,5
Cotação no IMDb: 6,0 (21.437 votos)
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