
Ano passado, no primeiro aniversário eu nem me dei conta e deixei a data passar totalmente batida. Em 2011, não cometerei tal gafe.
Em comemoração, estou me incumbindo de um projeto que até é meio longo, mas de forma alguma, trabalhoso.
Irei me inspirar no que o amigo D.T.S. fez em relação à sua 200ª postagem no Resenha de Filmes - uma homenagem à obra de Jean-Luc Godard, comentando em sequência 10 filmes dele.
No meu caso, farei resenhas sobre aquele que é, talvez, meu diretor predileto: Alfred Hitchcock, considerado por muitos, o maior de todos os tempos.

Aqueles quadros milimetricamente bem construídos, o objetivo constante de transormar o espectador em cúmplice, os olhares que diziam mais que palavras...
Toda a forma em como Hitchcock pensa a contagem de suas histórias, me fascina.
Só que como eu já vi mais de 10 filmes dele e sempre gostei muito de todos, vou me propor a uma empreitada um pouco maior que a do D.T.S..
Vou ver em torno de 20 exemplares da sua obra (não sei se conseguirei localizar todos os que pretendo ver, por isso ainda não vou precisar o número exato), em ordem cronológica.
Começarei por Rebecca - A Mulher Inesquecível de 1940, vencedor do Oscar de Melhor Filme daquele ano e finalizarei com seu último filme (já vi, mas vou rever), Trama Macabra (1976).
Mestre do Suspense
O inglês Alfred Hitchcock (1899-1980), além de ser mundialmente conhecido pela alcunha acima, tem mais algumas características e curiosidades no currículo.
- Ele foi diretor do primeiro filme britânico falado;
- Inventou o termo MacGuffin - um recurso teoricamente irrelevante, mas que serve de motivo para a história girar em torno. Ex.: Rosebud em Cidadão Kane e o Santo Graal em Indiana Jones e a Última Cruzada;
- Tornou famosa a sua "ponta" nos filmes que dirigiu. Geralmente, elas aconteciam no início para não distrair os espectadores. O Geninho da She-Ra (putz, desenterrei, mas afinal, estamos no Do Tempo do Epa, né?), certamente bebeu nessa fonte...
- Em O Homem Que Sabia Demais, Doris Day canta Que Será, Será (Wharever Will Be, Will Be), em um belo português. Tão bem, que ganhou o Oscar de Canção Original.
- Ele tinha pavor de filmar fora de estúdio, em função de questões de luminosidade, clima, que não o permitiam ter o controle obsessivo que ele gostava de ter sobre suas obras.
Então aquelas montagens, com cenários projetados descaradamente atrás dos atores, eram a melhor solução para as predileções do diretor. Para os padrões atuais parece algo tosco, mas para mim, é apenas um charme excêntrico do grande mestre. - Paranoia, filme de 2007 bem legal com o Shia LaBeouf é uma versão moderna e não-autorizada de Janela Indiscreta.
Tão não-autorizada que a Paramount tomou - mas ganhou - um processo de plágio dos detentores dos direitos do livro que inspirou Hitch a fazer o grande clássico de 1954...
E parece que a moda pegou, porque saiu hoje uma matéria no Omelete dizendo que a produtora também quer fazer a mesma coisa com O Homem Que Sabia Demais... - No livro-bíblia 1001 Filmes Para Se Ver Antes De Morrer, compilação feita por Steven Jay Schneider, com opiniões de mais de 50 críticos de cinema, constam da obra de Hitchcock, o número absurdo de 15 filmes! Eu não contei todos, evidentemente, mas duvido que tenha outro diretor mais citado no livro...

O Irving Thalberg, (aquele prêmio honorário que a Academia dá depois que o vivente já está na descendente), dado a ele em 1968, é muito pouco para a relevância do homem que deu vida a alguns dos momentos mais inesquecíveis da 7ª arte.
Ou será que existe alguém no mundo que não saiba do que se trata essa foto aqui ao lado...?
Então, me aguardem; daqui a pouco mais de dois meses, começa o Festival Hitchcock aqui no Blog do Barbosa!
Comentários
1° - Que eu estou vivo.
2° - Hitchcock é o melhor diretor de todos os tempos.
E analisando por algumas perspectivas eu nem tenho muita certeza da primeira coisa!
Eu tenho uma coleção de 6 dvds intitulada "Hitchcock Presents", são 3 historias por dvd, as mais clássicas e dentre as minhas posses é a que considero de mais valor